Sinopse
Em janeiro de 1482, os parisienses festejam o Dia dos Reis e a Festa dos Loucos. Durante as festividades, Quasimodo, sineiro da Catedral de Notre-Dame, é eleito o Papa dos Loucos, já que a principal condição para o cargo é ser considerado o candidato mais feio entre os concorrentes. No caso dele, além de ter uma pronunciada corcunda, seu rosto é inteiramente deformado.
Ao vê-lo colocar a coroa do Papa dos Loucos em sua cabeça, o arquidiácono da Catedral, Dom Claude Frollo, o tira à força do trono improvisado pelos participantes. Frollo o conheceu quando ele ainda era uma criança e o criou como se fosse um filho.
Paralelamente, na Praça da Catedral, Esmeralda, uma jovem e bela cigana, dança ao som de um tambor. Na realidade, ela não é de origem cigana, mas ainda criancinha foi roubada de sua mãe, que vivia em Reims, por um grupo de ciganos e, por consequência, foi criada no meio deles.
Embora seja um perseguidor de ciganos, o arquidiácono se sente atraído pela bela jovem e ordena o corcunda a mantê-la cativa em algum local fora da Catedral. Sempre obediente a Frollo, Quasimodo foge com ela, mas é interceptado pelo Capitão Phoebus, chefe dos arqueiros do Rei, que a salva. Esmeralda reencontra Phoebus alguns dias mais tarde, ocasião em que demonstra todo o amor que passou a dedicar-lhe. Apesar de comprometido com a jovem Fleur de Lys, o arqueiro se sente seduzido pela beleza da jovem cigana.
Por outro lado, quando Gringoire, um jovem poeta e filósofo se vê perdido no Pátio dos Milagres, um local dominado por mendigos que imprimem sua própria lei, ele termina sendo condenado à morte por não ter dinheiro para oferecer. No entanto, como a única condição de ser mantido vivo é ser adotado como marido por alguma mulher, Esmeralda se oferece para desposá-lo, unicamente para salvá-lo da forca.
No dia seguinte, 7 de janeiro, Quasimodo é levado a julgamento pela tentativa de sequestro de Esmeralda e por desacato aos arqueiros do Rei. Como consequência, é levado ao pelourinho onde, no meio de gritos da multidão, suporta em silêncio um grande número de chicotadas. Ao final, uma única lamentação sai de seus lábios: “Água, tenho sede!”
O povo se mostra sem piedade. Todo mundo ri. Ninguém se mexe até que Esmeralda atravessa o pátio para lhe oferecer um pouco d’água. Ele a reconhece e, implorando seu perdão, derrama uma lágrima de gratidão.
Quando o Capitão Phoebus marca um encontro amoroso com Esmeralda, Frollo o apunhá-la pelas costas e põe a culpa na bela dançarina. Julgada e condenada à morte por enforcamento, Esmeralda é salva por Quasimodo, que a leva para a Catedral, onde o direito de asilo é assegurado.
Gringoire, que é também um idealista, alerta os desordeiros e mendigos do Pátio dos Milagres para a situação em que se encontra a bela jovem. Afinal de contas, foi entre eles que ela cresceu. Assim, milhares de homens, mulheres e crianças decidem marchar contra a Catedral a fim de libertá-la.
A multidão tenta arrombar as enormes portas do edifício, muito bem reforçadas pelo lado interno. Do alto da Catedral, Quasimodo joga tudo o que encontra à sua frente contra os invasores, inclusive pesadas vigas. O Rei Louis XI insiste junto ao arcebispo de Paris para que entregue a jovem Esmeralda. Este, no entanto, resiste sempre com a afirmação de que a jovem é inocente. Diante da forma categórica com que o arcebispo defende a bela cigana, o rei lhe pergunta quem ele está tentando proteger. É quando Frollo, que assiste a tudo, assume ser ele o responsável pela morte do capitão Phoebus e afirma que, se fosse possível, o faria novamente. Em seguida, retira-se e sai à procura de Esmeralda, por quem se acha cada vez mais obcecado.
No alto de uma das torres da Catedral, ao forçar a jovem a ir embora com ele, é flagrado por Quasimodo que, num acesso de raiva, o levanta com as mãos e o joga lá de cima. O arcebispo confirma a inocência da jovem, que parte aclamada por todos ao lado de Gringoire.
Comentários
Baseado no famoso romance “Notre-Dame de Paris”, escrito por Victor Hugo em 1831, “O Corcunda de Notre Dame” é um ótimo filme do cinema americano do final dos anos 1930. Seu roteiro, escrito por Sonya Levien, difere em alguns pontos da história original. Entre essas divergências, podemos citar:
• Esmeralda permanece viva enquanto que no romance ela é enforcada;
• Phoebus é morto enquanto que no romance ele permanece vivo;
• Quasimodo permanece vivo, enquanto que no romance seu corpo é encontrado morto.
• Esmeralda é uma jovem cigana e sua mãe não é mencionada, enquanto que no romance ela não é filha de ciganos e, no final, mãe e filha se reencontram.
Tais divergências, no entanto, são um mero registro, já que a fidelidade de uma adaptação não deve ser considerada como critério para julgamento de um filme.
A direção de William Dieterle se mostra muito boa e algumas sequências são inesquecíveis. No elenco, o grande nome a ser destacado é o de Charles Laughton, no papel de Quasimodo, seguido pelos de Maureen O’Hara e Cedric Hardwicke, respectivamente como a bela Esmeralda e o maquiavélico arquidiácono Claude Frollo.
CAA