Prêmios
Prêmios Bodil - Copenhague, Dinamarca
Bodil de Melhor Filme Europeu (Claude Chabrol)
Festival Internacional de San Sebastián, Espanha
Prêmio San Sebastián de Melhor Atriz (Stéphane Audran)
Sinopse
Na pequena aldeia de Trémolat, na região de Périgord, é celebrado o casamento do professor Léon Hamel com Marie-Jeanne, uma jovem do local. Entre os convidados, acham-se Hélène, colega do noivo e diretora do estabelecimento escolar, e Paul Thomas, mais conhecido por Popaul, açougueiro da aldeia.
Ao serem apresentados, eles se mostram simpáticos um com o outro, ocasião em que Paul lhe confia que, anos atrás, para fugir de seu pai violento, ele se engajou no exército e participou das guerras na Indochina e na Argélia. Posteriormente, ao tomar conhecimento da morte do pai, retornou à Trémolat para assumir o açougue da família. Por sua vez, Hélène comenta que é de origem parisiense e que, algum tempo atrás, viveu uma história de amor que não teve um final feliz. Os dois se tornam bons amigos, embora receiem partir para um envolvimento mais sério. Ela o convida para participar de certas atividades escolares, bem como para visitá-la em sua casa.
A tranquilidade da aldeia acaba quando o corpo de uma jovem, brutalmente assassinada, é encontrado em um bosque próximo. Algum tempo depois, quando de uma excursão com seus alunos, Hélène descobre o corpo mutilado de Marie-Jeanne. Na cena do crime, ela encontra um isqueiro semelhante a um que ela havia dado a Paul quando de seu aniversário. Ela o apanha e se mantém em silêncio, inclusive quando das investigações policiais.
Certa noite, quando Paul a visita, Hélène pega um cigarro e pede para que ele o acenda. Para sua tranquilidade, ela observa que ele continua com o isqueiro que dela recebera quando de seu aniversário.
Paul se propõe a repintar o teto do apartamento de Hélène. Ao iniciar os trabalhos, enquanto procura um pano para limpar uma mancha de tinta, ele ocasionalmente descobre o isqueiro que a jovem encontrara no local do assassinato de Marie-Jeanne e o coloca em seu bolso. Ao voltar para casa, ela comenta que um terceiro assassinato, semelhante aos dois primeiros, acaba de ser descoberto.
Depois que Paul vai embora, ela descobre que o isqueiro desapareceu e entende que o açougueiro é realmente o assassino das jovens mulheres. À noite, quando ele deseja conversar com ela, Hélène se nega a recebê-lo e, assustada, fecha todas as portas do imóvel. No entanto, apesar de todos esses cuidados, ele consegue entrar e, armado com uma faca, procura explicar as razões de seus crimes. Imóvel, ela espera ser morta a qualquer instante. De repente, Paul se volta contra si próprio e se esfaqueia. Atordoada, Hélène o coloca em seu carro e o leva para um hospital onde, após abraçá-la e confessar seus sentimentos para com ela, ele morre antes de ser atendido pela equipe médica.
Após deixar o hospital, Hélène para em plena noite à beira de um rio onde, ainda abalada pelos últimos acontecimentos, permanece até o nascer do sol.
Comentários
Escrito e dirigido pelo grande cineasta Claude Chabrol, “O Açougueiro” é mais um grande filme do início dos anos 1970. Sua trama gira em torno do relacionamento entre uma bela e talentosa professora/diretora de uma escola fundamental e o açougueiro de uma pequena aldeia francesa.
Com uma boa dose de suspense, Chabrol nos faz lembrar o grande mestre Hitchcock. Os vinte últimos minutos são magníficos. Com um roteiro muito bem construído, os diálogos dão relevo ao aspecto psicológico dos personagens.
A música de Pierre Jansen, às vezes angustiante, é outro quesito que merece destaque. No elenco, Stéphane Audran e Jean Yanne se mostram excelentes, tendo ela sido agraciada com o prêmio de Melhor Atriz do Festival Internacional de San Sebastián, na Espanha, além de ter sido indicada ao mesmo prêmio pela Academia Britânica de Cinema e Televisão.
CAA