O INOCENTE (1976)
L'innocenteOutros Títulos: | L'innocent (França) O Intruso (Portugal) The innocent (Estados Unidos, Reino Unido) El inocente (Argentina, Espanha, México) Die unschuld (Alemanha) Niewinne (Polônia) Az ártatlan (Hungria) Den uskyldige (Dinamarca) Невинный (Rússia) |
Pais: | Itália, França |
Gênero: | Drama, Romance |
Direção: | Luchino Visconti |
Roteiro: | Luchino Visconti, Suso Cecchi d'Amico, Enrico Medioli |
Produção: | Giovanni Bertolucci |
Design Produção: | Mario Garbuglia |
Música Original: | Franco Mannino |
Direção Musical: | Franco Mannino |
Fotografia: | Pasqualino De Santis |
Edição: | Ruggero Mastroianni |
Figurino: | Piero Tosi |
Guarda-Roupa: | Alberto Verso |
Nota: | 8.6 |
Filme Assistido em: | 1977 |
Giancarlo Giannini | Tullio Hermil |
Laura Antonelli | Giuliana Hermil |
Jennifer O'Neill | Condessa Teresa Raffo |
Rina Morelli | Mãe de Tullio |
Massimo Girotti | Conde Stefano Egano |
Didier Haudepin | Federico Hermil |
Marie Dubois | A Princesa |
Roberta Paladini | Srta. Elviretta |
Claude Mann | O Príncipe |
Marc Porel | Filippo d'Arborio |
Enzo Musumeci Greco | Mestre das Armas |
Vittorio Zarfati | Padre mais velho |
Alessandro Consorti | . |
Margherita Horowitz | . |
Riccardo Satta | . |
Marina Pierro | . |
Elvira Cortese | . |
Prêmios David di Donatello, Itália
David de Melhor Música (Franco Mannino )
Na Roma do final do século XIX, Tullio Ermile é um rico e nobre intelectual, mas, também, um homem egoísta, orgulhoso, despótico. Casado com Giuliana, mantém um caso extraconjugal com a Condessa Teresa Raffo, uma bela e independente viúva. Embora sabendo que é traída, Giuliana mantém seu casamento de fachada, por continuar a amá-lo.
Certo dia, Tullio confessa à sua mulher que realmente não mais a ama como esposa, e sim como a uma querida irmã, amiga e confidente. Na ocasião, comunica-lhe que estará indo, no dia seguinte, para Florença, a fim de viver com Teresa. Na hora da partida, Federico, seu irmão mais novo, chega para passar alguns dias de licença, já que é um militar. Tullio fica contente com sua chegada, pois Giuliana não estará sozinha nos primeiros dias da separação.
Durante a estada de Federico, este recebe a visita do seu maior amigo, o escritor Filippo d'Arborio. Filippo sente-se atraído por Giuliana que, num momento de fraqueza, deixa-se seduzir pelo atraente escritor. Enquanto isso, em Florença, supondo que o Conde Stefano Egano seja amante de Teresa, Tullio o desafia para um duelo, do qual os dois saem vivos. Tal fato, entretanto, faz com que a relação entre Tullio e Teresa fique estremecida, de modo que ele retorna para a casa de Giuliana, em Roma. Por não ter deixado de amá-lo, ela o acolhe.
Dias depois, Tullio é surpreendido com a notícia de que Giuliana viajou para passar uma temporada com a mãe dele. Ato contínuo, vai ao seu encontro e, demonstrando arrependimento, pede-lhe que voltem a se relacionar como marido e mulher. Os dois passam a noite juntos mas, na manhã seguinte, Tullio sabe, por intermédio de sua mãe, que Giuliana se acha grávida, o que o deixa transtornado, já que, com certeza, o filho não é dele. Sua primeira reação é a de procurar imediatamente um médico para fazer um aborto, mas Giuliana se nega a cometer o que ela chama de um crime.
Ao descobrir que o pai da criança é Filippo d'Arborio, Tullio pede ao irmão que lhe consiga um encontro com o escritor, ocasião em que Federico lhe informa que d'Arborio foi acometido de uma grave doença tropical, na África, e que se encontra no isolamento de um hospital, entre a vida e a morte. Dias depois, os jornais noticiam o falecimento do escritor.
Não tendo conseguido que Giuliana fizesse o aborto, Tullio começa a nutrir um ódio mortal pela criança, ao longo de toda a gravidez. Assim, poucos dias após o nascimento do pequeno Raimondo, aproveitando a saída de todos para a missa do Natal, Tullio expõe o recém-nascido ao frio da noite de um rigoroso inverno, matando-o.
Ao voltar da igreja, Giuliana sente que o marido foi o responsável direto pela morte de seu filho, ocasião em que lhe diz que o desprezará e o odiará pelo resto de seus dias. Tullio sai de casa e procura Teresa, sua ex-amante, a quem conta todo o ocorrido. Em seguida, retirando-se para um cômodo ao lado, mata-se com um tiro na cabeça.
Baseado num livro de Gabriele D'Annunzio, "O Inocente" é um ótimo e envolvente filme do cinema italiano. Co-produzido com a França, trata-se do último filme do grande cineasta Luchino Visconti, que viria a morrer logo a seguir, em março de 1976.
A trama procura analisar a infidelidade, tanto do ponto de vista masculino, quanto do feminino, bem como, a forma como a sociedade julgava as respectivas transgressões na Itália do final do século XIX.
Visualmente, o filme é muito bem produzido, com belíssimos cenários e figurinos. Por outro lado, sua trilha sonora conta com músicas de Mozart (Sonata nº 11 para Piano) e de Christoph von Glück (Ária "Che farò senza Euridice", da Ópera "Orfeo & Eurídice").
A atuação dos principais atores é mais um de seus pontos fortes. Através de suas expressões faciais, o espectador pode sentir a dor, a angústia e os tormentos de seus personagens, com destaque para Giancarlo Giannini.
CAA